domingo, 14 de junho de 2009

Esplêndido refúgio




























Voa, voa alma solitária
Fuja das angústias que te atormentam
E se refugie no fantástico mundo das palavras
Onde o nunca será sempre impossível
E as possibilidades infinitas
E as infinidades eternas
E a eternidade incerta 

Tenha a seu alcance todos os significantes
E tente desvendar seus significados
Ou mesmo mudá-los 
Ou mesmo inventá-los
Ou mesmo esquecê-los

Entre vagarosamente
Tentando buscar na ociosidade do silêncio
Um motivo para sua existência
Até que seja instigado à descontração
Por um aglomerado de fonemas transcedentais
Que possam penetrar em seus ouvidos
Te decifrando os enigmas
Te mostrando o caminho
Te entregando a chave

Mas de nada adianta um punhado de plavras soltas
Se não conseguir fazer a magnifica conversão
De sentimentos para signos linguisticos
Que tanto intriga os poetas
E atiça o coração dos apaixonados

Portanto aproveite enquanto pode
Pois em breve voltará à realidade
Que te atormenta e te indigna
Que te repudia e te sufoca
Que te tortura e te condena
Que te faz sentir pequena

Um comentário:

  1. Adorei o poema... a primeira coisa que pensei quando li foi "isso parece coisa de estudante de Letras" hehehehe

    Mas é verdade... quando a gente se sente sozinho nesse mundo real, o único mundo que te aceita de braços abertos é o das palavras...

    Parabéns pelo blog, mocinho.

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