domingo, 4 de outubro de 2009

Greve dos Bancários


A greve dos bancários, que teve seu estopim no dia 24 de setembro de 2009 nada mais é do que a legítima expressão de um direito coletivo resguardado constitucionalmente, o qual a sociedade humana muito lutou para conseguir.


Não é necessário ater-se a fatos históricos como a luta travada conta a exploração sofrida pelos trabalhadores europeus em pleno apogeu da Revolução industrial, nem mesmo apoiar-se em ideologias marxistas para se comprovar a importância dessa greve. Fatos simples do cotidiano mostram e justificam a real necessidade de utilização desse mecanismo de reivindicação e opressão à tirania.


A palavra "banco", em si, pode nos remeter, a priori, a duas coisas: despesas e espera. A primeira delas é intrínseca ao próprio objetivo de atividades financeiras, já que o lucro é finalidade imediata de qualquer serviço bancário; os rendimentos monetários dos grandes bancos existentes no Brasil são bastante vultosos, não sendo abalados tão facilmente nem mesmo por catástrofes de repercussão mundial no sistema financeiro, como a grande crise pela qual temos passado. A segunda, é uma verdadeira vergonha nacional, pois mesmo com lucros gigantescos, que tem se mostrado crescentes a cada ano, os bancos não parecem estar muito preocupados em utilizar parte deles para investir em mecanismos que possibilitem a tão sonhada excelência no atendimento, ou pelo menos não vem investindo o mínimo necessário para que cada cidadão possa sair de uma dessas instituições financeiras sem algum tipo de sensação frustrante; é indignante que o Governo seja obrigado a elaborar atos normativos para obrigar os bancos a atenderem necessidades mínimas e essenciais para os clientes, como redução no tempo de espera nas filas.


Mas se os próprios clientes, que são a causa e o razão de existência das instituições bancárias, não tem sido tratados com o devido respeito, o que dizer dos funcionários, que são subordinados e passam boa parte da sua vida em um ambiente tão estressante e convivendo com situações tão decepcionantes?


No Brasil ainda confunde-se a figura do banqueiro (dono do banco) com a do bancário(funcionário do banco) e ainda atribui-se a este um status social elitista. Mas a grande verdade é que a profissão de bancário vem sofrendo grandes defasagens e o volume de trabalho vem crescendo gradualmente.


Desta forma, as duas coisas mais prováveis de se encontrar em um banco são: funcionários estressados (por causa do grande volume de trabalho, insatisfação com a remuneração recebida, reclamações constantes dos clientes e das corriqueiras pressões pelo cumprimento de metas) e clientes insatisfeitos (pela demora no atendimento, principalmente).


O sistema financeiro está sempre em constante evolução. A tendência é a constante facilitação do crédito, aumentando-se assim as linhas de empréstimos, financiamento, produtos bancários e similares. Ao invés de contratarem mais funcionários para atender tal demanda, as instituições financeiras simplesmente vão dando aos bancários já contratados mais tarefas a serem cumpridas, mais metas a serem alcançadas e mais pressões por cima de pressões...


A greve é a maneira mais eficaz (senão a única) de se tentar mudar esse quadro crítico. Se o lucro parece ser a única coisa importante para os banqueiros, não há nada mais eficiente para fazê-los refletir sofre as humilhantes situações vivenciadas e enfrentadas por clientes e funcionários do que a cessação desse retorno financeiro por tempo indeterminado. Os empecilhos temporários causados à sociedade por causa dessa paralisação com certeza não se comparam aos grandes avanços que se poderão aparecer permanentemente caso as reivindicações sejam atendidas.


Portanto a greve dos bancários não é um a batalha a ser travada apenas pela classe dos mesmo, mas sim por toda a sociedade, já que não estão envolvidas pretensões que se restringem ao benefício de um único grupo, mas mudanças que facilitarão a vida de todos. O que se objetiva não é taxativamente um melhor reconhecimento dos funcionários, mas a meloria sitemática de um setor que envolve toda a população, direta ou indiretamente, e que, de maneira vergonhosa, causa grandes transtornos àqueles que necessitam utilizar a qualquer tempo de tais serviços.




sexta-feira, 19 de junho de 2009

Orações...


Na maioria das vezes se vê alguém dizendo que vai orar para que DEUS dê algo como um emprego melhor, bom desempenho em alguma prova, saúde, compaixão, um marido... Mas raramente se vê alguém dizendo que vai orar pra agradecer por algo. É mais fácil lembrar de DEUS quando se precisa do que quando se tem ou se consegue.

Não sei ao certo se é necessário pedir coisas a DEUS. Se pararmos pra pensar no fato de que ELE sempre sabe o que é melhor para cada um, poderemos concluir que ninguém terá mais do que DEUS sabe que deve dar.

Quem acredita no livre-arbítrio também há de concordar que DEUS não anda se metendo na vida das pessoas como se ELE fosse um ventríloquo e elas marionetes. Quem quer um emprego, que se esforce pra se preparar profissionalmente e batalhar bastante; quem quer passar em um prova, que estude o suficiente; quem quer saúde, que faça por onde, tendo hábitos saudáveis, praticando exercícios físicos e fazendo uma dieta balanceada. Enfim, DEUS já dá às pessoas a vida e tudo que é relativo a ela. Dessa forma, não é apropriado enchê-LO de pedidos toscos, já que cada um é co-responsável por seu próprio destino.

Mas há certas situações excepcionais, em que o que está em jogo vai além da capacidade humana de superação. Nesses casos sim deve-se invocar a compaixão divina e orar para que DEUS colabore para um resultado feliz. São os famosos milagres.

Portanto orar deve ser um momento de humildade e amor, em que se entra em sintonia com o PAI celestial e se agradece pelas coisa boas que ELE tem possibilitado que aconteçam, e não um momento para se fazer analogia a uma compra de supermercado, em que se tem uma listinha já em mente com todos os itens que se necessita para que possam ser requsitados.


quarta-feira, 17 de junho de 2009

Desabafos...


"Quando ela chega tudo acontece...

Os mais puros sentimentos que ficam protegidos pelas delicadas cavidades cardíacas desabrocham subitamente e expandem-se de forma impetuosa, até atingirem a última célula, transcenderem as barreiras físicas e tocarem min’alma.

Talvez há algum tempo compararia a um sonho. Mas hoje percebo que nem a fantástica mente humana seria capaz de compor tão bem situações que envolvem um emaranhado de sentimentos que se confundem, se completando, mas que se resumem na pequena paradoxal palavra de quatro letras que inventaram para traduzir essa conglomeração.

Não sei ao certo o que se passa do outro lado. Mas esteja conseguindo conquistá-la, ou esteja fazendo-a juntar esforços para livrar-se de mim, ao menos estou de alguma forma ocupando sua mente e retribuindo parcialmente os conflitos sensoriais aos quais ela me remete.

O mundo parece parar, mas ao mesmo tempo tudo parece tão mais depressa do que o normal, pois rapidamente é a hora da despedida... Então sou tomado por um desesperador e me submeto a situações nunca antes imaginadas só pra tentar.

Não posso imaginar o que o futuro nos preserva, mas me contento em apreciar o presente e estar certo de que tudo valeu a pena, pois, se o resultado não for favorável, o esforço empreendido à cada parcela foi suficiente para compensar o desgosto de qualquer derrota."

domingo, 14 de junho de 2009

Esplêndido refúgio




























Voa, voa alma solitária
Fuja das angústias que te atormentam
E se refugie no fantástico mundo das palavras
Onde o nunca será sempre impossível
E as possibilidades infinitas
E as infinidades eternas
E a eternidade incerta 

Tenha a seu alcance todos os significantes
E tente desvendar seus significados
Ou mesmo mudá-los 
Ou mesmo inventá-los
Ou mesmo esquecê-los

Entre vagarosamente
Tentando buscar na ociosidade do silêncio
Um motivo para sua existência
Até que seja instigado à descontração
Por um aglomerado de fonemas transcedentais
Que possam penetrar em seus ouvidos
Te decifrando os enigmas
Te mostrando o caminho
Te entregando a chave

Mas de nada adianta um punhado de plavras soltas
Se não conseguir fazer a magnifica conversão
De sentimentos para signos linguisticos
Que tanto intriga os poetas
E atiça o coração dos apaixonados

Portanto aproveite enquanto pode
Pois em breve voltará à realidade
Que te atormenta e te indigna
Que te repudia e te sufoca
Que te tortura e te condena
Que te faz sentir pequena

A modernidade e a responsabilidade de ser mãe


As evoluções sociais que vem ocorrendo nos últimos séculos tem possibilitado às mulheres a assunção de uma posição social muito mais expressiva, influente e independente. As mulheres já competem de igual pra igual com os homens em muitos segmentos do mercado de trabalho, já começam a dominar alguns e vem lutando para romper a barreira do preconceito em outros.

Não há o que se discutir quanto a importância dessas transformações e na justiça que é feita ao se dar à mulher as mesmas oportunidades que os homens sempre tiverem; nem há que se tentar travar qualquer discussão que vise um retrocesso histórico para que as mulheres voltem a ser "escravas do lar". Mas o que se percebe é que tais transformações vem afetando o ambiente familiar, não pelo simples fato de existirem, mas porque estão ocorrendo de forma desordenada, sem qualquer planejamento e muitos valores que deveriam ser essenciais na família tem sido deixados de lado.

Ao nascerem, as crianças do mundo moderno já sofrem os primeiros baques. As mulheres tem se recusado a amamentar naturalmente seus os filhos em nome da estética, introduzindo desde cedo alimentos artificiais. Além de isso não ser aconselhado do ponto de vista fisiológico, pois são mais do que evidentes as vantagens do leite materno, também não são do ponto de vista afetivo, pois o ato de amamentar já cria desde logo um laço sentimental muito forte que une mãe e filho.

Depois a mãe é forçada a voltar pras suas atividades regulares do trabalho e as crianças são entregues nas mãos de babás ou trancafiadas em creches já nas primeiras fases da vida. O quesito autoridade já vai ficando confuso na mente da criança: por que respeitar uma babá se ela não sua mãe e porque respeitar seus pais se nenhum deles passa tempo suficiente em casa para dar lições de moral e boa conduta?

Algumas mulheres chegam ao ponto de afirmar que não querem ser mães. Seus planos e realizações pessoais impedem que elas "percam tempo" com a maternidade. Isso mostra como o egoismo tem tomado de conta da cabeça de algumas delas, que sempre se mostraram superiores ao homem quando o assunto é sentimentalidade. 

A mulher sempre foi o ponto de equilíbrio no meio familiar. Mas isso não significa que ela deva querer tomar pra si toda a responsabilidade e abrir mão totalmente da figura masculina para constutuir uma família de forma autônoma. Isso não é necessário para que ela prove sua importância e independência. Desde que o mundo é mundo, a família é constituída por pai, mãe e filhos, não havendo motivo para tentar mudar a ordem natural das coisas por causa de simples caprichos ou birras. Isso só deve ocorrer quando não houver alternativa.  

  O resultado disso é um reflexo não muito agradável. Jovens frustrados, depressivos, sem noções de respeito ou valores. Caem no mundo das drogas por não ter quem mantenha o controle; alguns até cometem crime contra membros da própria família.          
 
É claro que culpa não é das mulheres, mas sim da própria sociedade que acaba forçando-as a agir dessa forma. Se todos juntassem esforços para dar à mulher todos os mecanismos necessários para que ela pudesse dar toda a atenção que seus filhos precisam, as coisas seriam bem diferentes. 

Os homens com certeza tem uma grande parcela de culpa. Eles ainda não conseguiram assimilar o teor de tais transformações e  nem assumiram as novas obrigações que automaticamente lhes foram impostas com a inclusão da mulher no mercado de trabalho. Muitos nem sequer assumiram as obrigações antigas...